Olá! O assunto de hoje no blog da Maximus Tecidos é: costurar as próprias roupas! ❤ Mas antes de entrarmos oficialmente no tema, eu quero me apresentar.
Me chamo Patricia Cardoso e estou integrando o time de colunistas do Clube da Costureira. Sou paulistana, só que neste momento moro na Alemanha. A vida mudou muito nos últimos anos, mas uma das coisas que mantive firme foi meu hábito de costurar, estudar modelagem e toda minha curiosidade sobre o universo da moda.
Hoje escrevo no meu blog, alimento um canal do YouTube com assuntos relacionados à costura e modelagem e também uso o Instagram como ferramenta. Você pode conferir mais sobre o meu trabalho aqui:
Site: patricia-cardoso.com,
Instagram: instagram.com/p_casan
Youtube: Patrícia Cardoso
Bom, tudo começou quando precisei comprar um casaco, acredita?
Em 2015 me mudei para a Nova Zelândia e parte das coisas que eu tinha ficaram para trás no Brasil, incluindo meu único casaco quente e bonitinho. Então fui dar uma volta pelas lojas, mas, como sempre, eu acabava gostando das peças mais caras que via nas vitrines. Naquele período eu tinha bastante tempo livre e vários tecidos que havia levado e pensei: nunca fiz, mas vou fazer meu casaco! Ele não ficou perfeito, mas ficou tão bom que eu resolvi fazer mais alguns. E assim começou! Fui fazendo e gostando 🙂
O curioso é que eu já costurava há muitos anos, já havia feito algumas roupas para mim, mas decidir por apenas costurar e não mais comprar fez toda a diferença na minha vida.
E vieram muitas outras peças: vestidos, saias, calças jeans e algumas roupas sob encomenda também. E, por presente do destino, acabei trabalhando numa alfaiataria onde aprendi um monte sobre ternos, casacos e etc. Foi ótimo!
Costurar para si = satisfação e liberdade
Existe o sentimento de satisfação e independência que cada peça de roupa me traz. Eu sempre aprendo algo novo, fico um pouco mais esperta a cada peça. Mas, ao mesmo tempo, não sei até onde “me liberto” do mercado, sabe?
Primeiro porque acabo consumindo (no caso, tecidos, aviamentos etc). Segundo, porque o que eu faço ainda gera muito lixo (infelizmente). Acho que talvez ainda possa melhorar esse processo todo pra me sentir realmente fora da rodinha do rato.
Será que estou exagerando? Eu sei que costurar as próprias roupas é um grito de liberdade, é um passo positivo.
Vou ficar então aproveitando um pouco o sentimento de satisfação e independência. Mas para ser honesta, eu sinto muita satisfação quando leio mensagens, e-mails ou comentários de pessoas que conseguiram fazer suas roupas com meus vídeos, que conseguiram forrar uma peça ou mesmo dar um acabamento mais caprichado. Aí sim, satisfação total. Aquelas horas todas gravando e editando vídeos valeram a pena. ❤
Não sei mensurar o valor emocional que as peças trazem para mim. Às vezes é grande, principalmente quando eu faço um presente. Quando eu vejo tudo pronto fico orgulhosa, afinal, é um presente raro.
Tenho o mesmo capricho e cuidado com as peças que faço para mim, mas não tenho apego!
Adoro costurar para mim, mas se eu precisar me desfazer de uma roupa por conta de mudanças (como tem sido minha vida), deixo a peça seguir seu fluxo e enfeitar o corpo de outra pessoa
Quando me mudei da Nova Zelândia coloquei bilhetinhos em algumas roupas que eu havia feito ao entregar no Salvation Army. Espero que a pessoa que a pegou tenha lido e curtido a peça ☺
Costurar as próprias roupas voltou a ser tendência
Não é de hoje que vejo uma movimentação gigante de costureiras completando seus armários. Você pode verificar isso pelo Instagram com as hashtags #handmadewardrobe ou #sewersofinstagram – e essas redes sociais acabam fomentando essa vontade. Não é a toa que a audiência no YouTube no quesito crafts tem crescido cada vez mais.
E isso é muito legal, muito! Se pensarmos que a costura estava meio desaparecida nas décadas anteriores, podemos acreditar que ela está voltando com tudo! Voltando com força, capricho e um olhar renovado da roupa feita à mão. Isso é demais!
Não dá nem pra comparar a beleza de um bordado manual ou de uma peça feita sob medida. É o luxo ao nosso alcance, o luxo de sentar uns minutinhos no sofá e produzir algo, se expressar e contar uma história.
Era 2004 quando eu, ainda aprendiz-baby da costura, fiz uma saia meio godê para uma grande amiga. Ela gostou tanto que enfiou a saia na mala de sua primeira viagem internacional e me mandou uma foto na frente do museu do Louvre vestindo a danada da roupa. Olha só:
Acho que as relações sempre ficam estreitadas quando sabemos que os itens feitos manualmente têm mais valor. Eu tenho até hoje uma pequena toalha que minha irmã bordou.
São memórias que carregamos, coisas que os itens fabricados em larga escala num galpão gelado da China jamais poderão nos trazer.
Com carinho, Pat.
Até uma próxima!
Aperte aqui e confira o episódio da Rádio da Costureira sobre Costura e moda sustentável com Patricia Cardoso!
Respostas de 33
Amei o post! Traz inspiração para babies da costura como eu, que com certeza, tem um futuro de hand made closet brilhante pela frente com as dicas mega úteis de Patricia Cardoso! Fofa , talentosa, de bom gosto e humilde mais que suficiente pra conversar com suas leitoras queridas! Um beijo Pat ????
Não tenho duvidas que vc terá seu handmade closet, Laila. Seu e da sua pequena <3
Toda vez que leio oq vc escreve meu coração bate a mil, parabéns????????????????
Obrigada Cinthya!
Adorei o post, que certamente resume algo de sua história no universo da costura. A ideia de fazer as próprias roupas e a postura de não consumir o fast fashion me empurrou na direção das aventuras do mundo da costura. Seus vídeos, Pat, não apenas me inspiram como também me ajudam muito nas minhas costurices! Parabéns!
Marta é um prazer ler seu comentário.. Vc é uma costureira de mão cheia e agulha afiada, ou seja, um orgulho! <3
Vc tem um jeito único de falar de confecção.chama atenção dos valores.amei.vou acompanhar tudo.
Obrigada Edylla.
Espero que goste dos próximos textos, já estou terminando um <3
Eu amei e usei esta saia por muito tempo!
Me lembro que na época achei o máximo a possibilidade de ter algo exatamente como eu queria: modelo, tecido e encaixado no meu corpo tudo do jeitinho que eu tinha imaginado e você fez isto para mim ❤
Texto delicinha, história delicinha. Parabéns!
Desde sempre tenho orgulho de vc lindona. Sucesso! Bjão.
Muito lindo texto! E toda a historia 🙂
Pati, querida, primeiro: adorei! Já sou sua fã de longa data e adoro seu blog! Segundo: você foi minha inspiração para voltar a esse mundo – quando mais nova fiz algumas roupas das quais tinha o maior orgulho – uma delas não doo mesmo velha de jeito nenhum! Mas aí abandonei e agora, este ano, passados quase 20 anos (!) estou retomando com as bolsas já que você nos abandonou! Obrigada, querida, e sucesso sempre!
Eu não te abandonei nãaaaao, Gabi <3 Estou sempre por perto!
E fico feliz que, de alguma forma, tenha inspirado vc. Continue, continue!
História incrível e gente olha essa jaquetinha que amor!!!!!!!!
<3
hihihi fofinha mesmo. Usei até ela “desmaiar” hehehe
Amei o texto, e sim eu tenho dó de cortar os tecidos, tenho muito medo de estragar e isso acaba fazendo com que eu não costure, meu sonho é parar de comprar as roupas, e comprar apenas tecidos! Espero que esse medo um dia vá embora :/
Fernanda, este é o sonho mais possível ever! Estou escrevendo um texto sugerindo uma programação pra colocar esse sonho pra acontecer. Vamos juntas?
Siiiim!! 😀
Legal a parceria com a Patricia. O post ficou ótimo, muito motivador!
Tenho acompanhado o canal Patricia Cardoso há algum tempo e também o Linha Phina e Maximus. Gente, que máximo esse trabalho todo de vocês! Sou super defensora de costurarmos as nossas próprias roupas e estou dando meus primeiros passos. Sou muito grata por essas meninas super talentosas que nos ensinam coisas maravilhosas em seus canais, desde uma peça simples a uma mais elaborada. Muitas mulheres até estão sendo curadas de doenças, como depressão, por saberem-se capazes de realizar algo novo, como aprender a costurar as próprias roupas.
Parabéns e sucesso a todas!
Grande beijo!
Alda, que comentário mais gostoso de ler. São esses feedbacks que me motivam a continuar. Obrigada, viu!
Amei esse espaço… Essa semana também tentei uma novidade… tentei meu primeiro blaser forrado, deu certo, não perfeito é claro, mas fiquei muito animada!
UAU, parabéns!
Pati, cada vez gosto mais de você e seus posts. Hoje vou visitar o Senac, que graças a Deus, é perto de minha casa e tem previsão de inicio de Curso de Costura para maio. Adivinhe???? Vou fazer o Curso. Estou muito interessada em começar a costurar minhas roupas, à principio. E também tenho algumas ideias que pretendo executar quando estiver tudo em andamento. E quero compartilhar com você. Se você permitir é claro. Bjs e bom trabalho.
Que legal!
Sinta-se à vontade para compartilhar comigo sim, Lena <3
Que troca inspiradora, Pat! É lindo quando nos encontramos em um movimento de ressignificar as coisas, em especial as aparentemente simples. Essa sua percepção sobre costurar suas próprias roupas enquanto vivência também me faz pensar que a costura pode ser um caminho de encontro com nós mesmos. <3
Sylvia, e é.
O silêncio da costura (se a gente nos permite costurar em silêncio) é quase uma terapia. Ja resolvi muitos pepinos entre o som da máquina e o silêncio do ambiente.. Não há como pular o encontro. Beijo!
Que delícia de post. Realmente inspirador!
Gostei da saia, sério, eu não diria que ela ficou torta, mas sim assimétrica. Soa melhor. Sou iniciante na costura e assisto aos seus vídeos. Patrícia, suas experiências têm me inspirado muito. É maravilhoso vestir uma roupa que eu mesma costurei e alguém gostar e eu dizer: – Fui eu que fiz. Ah, maravilha kkk.
Nossa, que depoimento bonito! Realmente é isso mesmo que acontece com quem faz suas próprias roupas…
Linda tua história com a costura. Hoje eu costuro minhas próprias roupas, sou aprendiz e ainda tenho medo de estragar o tecido. E uma coisa é certa, a satisfação de usar uma peça feita por você não tem preço. É simplesmente lindo porque a gente conhece melhor que todos nossos gostos.
Adorei a reportagem!!! PArabens!!