Tudo que você gostaria de saber sobre a influência italiana no mundo da moda

Influência italiana na moda CLube da Costureira

Quando você pensa em “Itália“, o que vem na sua mente? Tenho certeza que em meio a imagens de pizza e macarrão, você também se lembrou de roupas sofisticadas, desfiles belíssimos e tendências fortíssimas. Isso é porque Itália é sinônimo de moda. Por isso fica claro entender o tamanho da influência italiana no mundo da moda.

Então, aperte o cinto porque neste post vamos fazer uma viagem para conhecer um pouco mais sobre esse país europeu tãão estiloso! Capisce?

Foto: Pinterest

Os italianos se preocupam muito com a sua aparência, em causar uma boa impressão – sentido da expressão “La Bella Figura“. São pessoas que costumam se vestir de maneira confortável, mas muito elegante. Não podia ser diferente, afinal a moda é um importante ramo da economia italiana.

A Itália está entre os maiores fabricantes de roupas e tecidos em geral do mundo. Os tecidos italianos se destacam dos demais pela sua sofisticação e pela qualidade da mão de obra. Não é atoa que antes de serem exportados para outros países, eram escolhidos para confecção dos trajes da nobreza.

Tecido crepe acetinado preto estampado (tecido italiano legítimo) da Maximus Tecidos

A influência italiana no mundo da moda se deu após o final da Segunda Guerra Mundial. Durante o conflito muitas fábricas têxteis foram destruídas ou desativadas. Porém, o que a guerra não pode destruir foi a mão de obra qualificada italiana. A força do trabalho e talento das costureiras e alfaiates foram essenciais para reconstruir a indústria têxtil e de vestuário do zero.

Além de se destacar pela sua qualidade, houve um “empurrãozinho” para que os tecidos italianos pudessem ser mundialmente conhecidos. Essa ajuda veio por parte dos produtores de cinema norte-americanos, que após a segunda grande guerra começaram a produzir os seus filmes na Itália para diminuir os custos. O clima parecido com o de Hollywood também facilitava as produções americanas.

Os cineastas italianos já conseguiam levar um pouco do estilo de se vestir e da cultura do país para outras partes do mundo. Mas foi depois que estrelas hollywoodianas, como Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor, Ava Gardner e Claudette Colbert passaram aparecer usando sapatos, vestidos e peles de marcas italianas que a propaganda estava feita e as tendências lançadas!

Audrey Hepburn no filme Roman Holiday / Foto: Pinterest
Burton e Liz se apaixonaram nos bastidores da filmagem de “Cleópatra”, na Itália – Foto: Arquivo Locchi Firenze

O curioso é que até então, a moda estava associada a Paris e girava em torno dos luxos da Coco Chanel.

Nos anos 70 a moda italiana consagrou o país como uma grande indústria da moda. Já existiam marcas renomadas que lançavam coleções de alta costura prontas para venda. Além disso, acessórios de couro, como bolsas e sapatos também passaram a ser confeccionados e se tornaram referência para o mundo. Tudo produzido sempre com qualidade de alto padrão que levava a Itália a se destacar cada vez mais no cenário fashion.

Atualmente, Milão está no ranking entre as 10 capitais mundiais da moda. É a cidade berço dos maiores estilistas da história.

Até mesmo a arquitetura belíssima do país ajudou a crescer a influência italiana no mundo da moda / Foto: Pinterest

As melhores grifes da cidade estão localizadas nas ruas Via Montenapoleone, Via della Spiga, Via Sant’Andrea e Via Borgospesso, que formam o Quadrilátero da Moda, também chamado de Quadrilátero de Ouro.

Uma das ruas do Quadrilátero da Moda em Milão / Foto: O Guia de Milão

Estas ruas são consideradas um dos centros de compras mais famosos do mundo. Sua atmosfera é marcada por muito charme e glamour. Também é de lá que costumam sair as principais tendências que influenciam o mundo todo.

A Itália é berço das marcas e estilistas mais renomados no ramo da moda.

Continue lendo para conhecer um pouco sobre a história das principais marcas italianas:

  1. GUCCI
  2. GIORGIO ARMANI
  3. VALENTINO
  4. PRADA
  5. DOLCE & GABBANA
  6. VERSACE
  7. FENDI

1. GUCCI

Foi fundada por Guccio Gucci (1881-1953) em Florença no ano de 1921. A chamada Casa Gucci e começou com a fabricação de peças de couro produzidas artesanalmente pela família.

Até os anos 80 os negócios foram muito bem sucedidos, porém foi a partir desta época que a marca começou a enfrentar problemas. Devido às intrigas e brigas familiares entre os herdeiros do fundador a empresa começou a decair no mercado de luxo internacional.

O fundador da grife, Guccio Gucci / Foto: Pinterest

Para reverter o quadro trágico de crise e falência, se modernizar e voltar a ser uma marca de prestígio, colocaram Tom Ford – estilista, diretor, roteirista e produtor de cinema americano – como diretor criativo da grife em 1994. A partir daí, a Gucci começou a viver uma nova fase de sucesso.

Tom Ford / Foto: Pinterest

Tom foi responsável por renovar a imagem da marca, transformando seus acessórios em itens de desejos de mulheres no mundo inteiro. O estilista ficou na empresa até 2005.

Atualmente, a Gucci é considerada a segunda maior marca de moda após a Louis Vuitton.

A Gucci é recordista mundial de vendas italianas! / Foto: Pinterest

2. GIORGIO ARMANI

Giorgio Armani, atualmente com 82 anos, antes de se tornar um dos mais conceituados estilistas italianos, já foi também vitrinista, vendedor e auxiliar de estilo.

Giorgio Armani / Foto: Pinterest

Conhecido por seus ternos elegantes e super sofisticados, Armani foi um dos primeiros estilistas que viu a moda masculina como tendência e buscou priorizar a praticidade das peças, criando ternos com novos cortes, tecidos e caimentos. A sua primeira coleção com a marca foi lançada em 1975 e levou seu nome.

Um ano depois, o estilista decidiu apostar na moda feminina. Armani era a favor de um movimento que buscava mais liberdade para o guarda-roupa das mulheres. O smoking feminino criado por Yves Saint-Laurent era pouco utilitário, então o italiano investiu na peça e trouxe para o cotidiano das mulheres ousadas da época, ternos femininos com cortes tradicionalmente masculinos em tecidos nobres.

Foto: Pinterest

Ao mesmo tempo em que criou a Armani Privé para consagrar sua alta costura, o estilista também criou marcas mais acessíveis como a Empório Armani e a Armani Exchange. Ele foi um dos pioneiros neste setor.

A atriz Cate Blanchett de Armani Prive no red carpet do Oscar em 2014 / Foto: Pinterest

Apelidado pela imprensa como “Rei Giorgio“, Giorgio Armani foi o responsável por trazer destaque para Milão no mundo da moda. Com seu estilo único, reinventou o guarda-roupa masculino e feminino.

3. VALENTINO

Valentino Clemente Ludovico Garavani nasceu em 1932. Seu nome é em homenagem ao italiano Rodolfo Valentino, maior astro do cinema mudo daquela época. Desde pequeno sempre se interessou por arquitetura, escultura e pintura, além de um talento especial para desenho.

Valentino Garavani / Foto: Pinterest

A partir da década de 60, Valentino despontava no mundo da moda. A atriz Elizabeth Taylor, que estava em Roma por conta das filmagens de Cleópatra, se encantou com o novo estilista e encomendou um vestido branco para a estréia mundial de Spartacus. Esta encomenda foi especial para levar Valentino para mais perto do seu auge.

Vestido de Elizabeth Taylor no Museu virtual de Valentino / Foto: Pinterest

Em 1968, lançou a coleção “Valentino’s White“.  Foi aí que o famoso “V” apareceu pela primeira vez. Outra marca registrada da grife é o “Vermelho Valentino“. Depois de notar a força do vermelho nos figurinos das óperas que costumava frequentar, Valentino não teve dúvidas em fazer da cor uma de suas assinaturas.

Coleção Valentino’s White / Foto: Pinterest
Valentino Garavani e seus modelos perto da Fonte de Trevi em 1967 / Foto: Pinterest

As produções do estilista são extremamente femininas, com características próprias e cortes diferenciados. Segundo ele, nenhum homem gostaria de sair com uma mulher que parece um homem. Uma moda luxuosa, elegante, mas sem exageros.

Foto: Pinterest

Em 2008, Valentino anunciou sua aposentadoria. Depois do afastamento do fundador, a marca rejuvenesceu nas mãos da dupla Pier Paolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri. Atualmente apenas Piccioli está a frente da marca, sua ex parceria assumiu o cargo de diretora criativa na Dior.

Pier Paolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri / Foto: Pinterest

A grife é sinônimo de excelência e qualidade, por isso se tornou uma das mais poderosas e é querida por famosos do mundo inteiro. Atualmente, além de trabalhar com vestuário, a marca também produz requintadas coleções de óculos, bolsas, relógios e outros acessórios, além de cosméticos e de perfumes.

A atriz Jennifer Lopez vestiu Valentino no último MET Gala / Foto: Pinterest

Nós já havíamos comentando um pouco sobre a carreira de Valentino, lembra? LEIA AQUI!

4. PRADA

Inicialmente com o nome de Fratelli Prada (irmãos Prada), a marca foi fundada em Milão no ano de 1913 por Mario Prada, um talentoso artesão de bolsas, e seu irmão Martino. Os irmãos se dedicavam a produção e venda exclusiva de acessórios de luxo, como malas de viagem, bolsas e acessórios em couro especiais e diferenciados.

O logo original da loja Fratelli Prada / Foto: Pinterest

Ao passo que os membros da realeza italiana e da aristocracia européia se encantavam por seus produtos luxuosos, a marca foi ganhando mais prestígio. A Prada chegou a ser considerada fornecedora oficial da Família Real Italiana.

No final dos anos 70, a neta de um dos fundadores – Miuccia Prada – ao lado do marido Patrizio Bertelli assume a grife.

Patrizio Bertelli e Miuccia Prada / Foto: Pinterest

Desde quando era mais jovem, Miuccia já era fã do “diferente”. Com um estilo mais hippie, gostava de estar envolvida em questões política e sociais. Foi essa identidade autêntica que ela trouxe para a marca quando assumiu o seu lugar de herdeira.

Sua ascensão no mercado de luxo da moda foi no início dos anos 80, com o lançamento do modelo de bolsa preta com linhas básicas. Até hoje as bolsas da Prada são as queridinhas das mulheres!

Foto: Pinterest

No final da década de 80, a estilista apresentou sua primeira coleção de roupas voltada para mulheres inteligentes, bem informadas, inovadoras e práticas. E desde então a grife tem grande parte nesta influência italiana no mundo da moda.

Desfile Prada / Foto: Pinterest

A coleção masculina veio em meados dos anos 90. Foi nessa época também que Miuccia lançou a MIU MIU: marca mais acessível, voltada para um público jovem.

Foto: Pinterest

Atualmente a Prada já conta com coleções de relógios, roupas íntimas, cosméticos, perfumes e entre outros ítens sofisticados.

Os acessórios de luxo da Prada são sucesso por todo o mundo / Foto: Pinterest

5. DOLCE & GABBANA

A grife italiana surgiu da parceria dos italianos Domenico Dolce e Stefano Gabbana, que se conheceram ainda no início de suas carreiras como estilistas, no início da década de 80.

Stefano Gabbana e Domenico Dolce / Foto: Pinterest

Pensando em como queriam vestir uma mulher, os dois abriram um pequeno ateliê em Milão, no ano de 1982. Inicialmente trabalhavam como freelancer para grandes casas da moda da cidade. Assim nascia uma nova e forte geração de estilistas italianos que visava trazer sensualidade, feminilidade e poder para as mulheres.

Domenico e Stefano tinham um jeito diferenciado de trabalhar. Como se fosse a criação do figurino de um filme, eles pensavam primeiro na história, no ambiente e na época para vestir seus personagens imaginários.

O sul da Itália, principalmente a região da Sicília, se tornou fonte de inspiração e marca registrada das coleções da grife. O estilo austero, poderoso, sexy e com traços católicos das italianas do sul, assim como o jeito de se vestir dos camponeses proletários e dos chefões da máfia dos anos 30, tornaram-se parte fundamental no processo de criação da dupla.

Campanha publicitária dos anos 90 / Foto: Pinterest

Em 1985, Domenico e Stefano uniram os seus sobrenomes e lançaram sua primeira coleção. Sem recursos ainda para investir em modelos, os estilistas tiveram a ajuda dos amigos para desfilar suas primeiras criações. Surgia então a marca DOLCE & GABBANA.

Rapidamente a grife encantou a imprensa e conquistou seu espaço de prestígio no mundo da moda italiana. Em agosto de 1987, foi realizado o primeiro showroom que atraiu a visita de muitas famosas, entre elas, Madonna e Isabella Rossellini, que importantes para alavancar a marca italiana da noite para o dia.

Madonna usou um espartilho feito de pedras preciosas da grife no Festival de Cinema de Cannes em 1993 / Foto: Pinterest

Além das roupas femininas, a marca cresceu e agora trabalha também com calçados, bolsas e acessórios.

Foto: Pinterest

6. VERSACE

A história de Gianni Versace é tão impactante quanto a sua marca. Diferente da maioria dos estilistas famosos, ele veio de uma família de origem humilde, com poucas condições financeiras.

Nascido em 1946 na província de Régio da Calábria , Gianni herdou o talento para moda da sua mãe, que era costureira. Ele fazia os desenhos das roupas, enquanto ela costurava.

Gianni Versace quando era criança / Foto: Vogue
Gianni Versace foi um grande estilista e contribuiu muito no processo da influência italiana no mundo da moda / Foto: Pinterest

Por volta dos seus 25 anos, mudou-se para Milão determinado a se tornar um grande designer. Seus primeiros trabalhos foram coleções de prêt-à-porter para marcas importantes da época como a Genny, a Complice e a Callaghan.

Foto: Pinterest

Foi em 1978 que o estilista fundou sua própria marca em parceria com seus irmãos, Santo e Donatella. Nascia a Gianni Versace S.p.A., conhecida também por apenas Versace. A primeira coleção foi lançada no mesmo ano, apenas com roupas femininas. Alguns meses depois a marca apresentou a primeira linha masculina.

Os irmãos Santo, Gianni e Donatella Versace / Foto: Pinterest

A partir de então a marca começou a crescer e se tornar conhecida pelo seu conceito de moda irreverente, comparado ao padrão que existia na época. Uma mistura de muito glamour e ousadia. Seus cortes e modelagens mais atrevidas, estampas chamativas e materiais diferentes. Gianni Versace foi um dos primeiros estilistas a usar o couro na alta costura.

Desfile Versace / Foto: Pinterest

Seus desfiles tornaram-se verdadeiros espetáculos, atraindo públicos de todos os lugares. O estilista italiano conquistou fãs super famosos, como Madonna, Michael Jackson, Elizabeth Taylor, Elton Jonh e até a princesa Diana. Inclusive, a “Lady D.” se tornou uma das amigas mais próximas de Gianni.

Madonna fez campanhas publicitárias para a grife italiana / Foto: Blog Wanken
Elton John e Gianni Versace / Foto: Vogue
A princesa Diana com seu famoso vestido Versace nos anos 90 / Foto: Pinterest

Infelizmente, a carreira desse grande estilista foi brutalmente encerrada na manhã de 15 de julho de 1997, quando Gianni Versace foi assassinado na porta de sua mansão em Miami. Com esta tragédia, o comando da grife ficou nas mãos da irmã de Gianni que até então era seu braço direito, Donatella Versace.

Os fãs do estilista prestaram suas homenagens na frente da sua casa em Miami / Foto: Getty Images

Donatella passou a ser a diretora de criação de todas as linhas, que vão desde o prêt-à-porter, passando pelas demais linhas de roupas, até a parte de acessórios, perfumes e maquiagem.

Donatella Versace / Foto: Pinterest

Atualmente, a Versace continua sendo uma das mais luxuosas e influentes grifes do mundo. Além dos negócios no setor da indústria da moda, a marca tem também um resort na Austrália (Palazzo Versace).

7. FENDI

O início da história dessa grife começa quando Adele Casagrande, filha de produtores de couro de Florença, resolve abrir uma loja para vender suas produções artesanais em peles e couro, no centro de Roma por volta de 1918.

Alguns anos depois, Adele se casa com Edoardo Fendi e juntos decidem mudar o nome da loja para FENDI. Após os acessórios de luxo conquistarem a a burguesia da época, o prestigio da grife só aumentou e foi inaugurada uma filial na mesma cidade.

Após o período da Segunda Guerra Mundial, uma nova geração começou a participar dos negócios: as cinco filhas do casal fundador. Paola, Anna, Franca, Carla e Alda, foram responsáveis por trazer uma visão mais moderna para a marca.

As irmãs Fendi / Foto: Pinterest

Em 1954 Eduardo morreu e o comando da Fendi ficou nas mãos de Adele e suas filhas. Essa época também foi marcada com o lançamento da coleção de alta costura. A fundadora Adele Fendi morreu em 1978 com 81 anos.

Na década de 60, o designer de moda Karl Lagerfeld se juntou a equipe e ajudou a torná-la sinônimo de estilo e bom gosto, não só para as italianas, mas para as mulheres do mundo todo. O duplo F que caracteriza o logotipo marca até hoje foi ideia dele.

Karl Lagerfeld / Foto: Pinterest
Foto: Pinterest
Fendi desfilou sua coleção de outono/inverno 2008 na Grande Muralha da China / Foto: Pinterest
Karl Lagerfeld e as irmãs Fendi / Foto: Pinterest

No ano de 1997, foi criada aquela que seria o maior ícone da marca: a bolsa Baguette.

Foto: Pinterest
Foto: Pinterest

Entre o final dos anos 90 e início de 2000, a Fendi foi comprada pelo grupo LVMH. Porém, os membros da família continuaram com seus cargos e suas respectivas funções importantes.

As coleções da grife sempre foram marcadas pela mistura do tradicional e do moderno. As peles, bolsas e demais acessórios ganham novas leituras com cortes e materiais inovadores, mas sem perder o charme da tradição. É por isso que são considerados itens de desejo.

A Fendi celebrou seus 90 anos com um desfile na Fontana Di Trevi de Roma, em 2016 / Foto: Pinterest

https://www.youtube.com/watch?v=mp3Q2nvfWV4

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